Inundações persistem no bairro Lagoinha, mesmo após investimentos milionários.

Na noite de segunda-feira, 21 de outubro de 2024, o bairro Lagoinha, em Monte Carmelo-MG, voltou a sofrer com inundações, apesar de uma chuva de apenas 3 mm. Esse pequeno volume foi suficiente para alagar as principais ruas e avenidas do bairro, causando transtornos aos moradores. Um deles, revoltado com a recorrente situação, fez um vídeo em tom irônico, comentando que "dava até para nadar" nas ruas alagadas, expondo o que muitos consideram uma falha crônica no sistema de drenagem local, mesmo após um investimento superior a R$ 1 milhão, acrescido de um aditivo de R$ 255 mil durante a execução das obras.

Este não foi o único episódio recente. Apenas cinco dias antes, em 16 de outubro de 2024, por volta das 15 horas, uma chuva com intensidade de 5,2 mm em 30 minutos já havia provocado transtornos no bairro Lagoinha. A situação levantou dúvidas sobre a eficácia das obras de drenagem pluvial que deveriam ter solucionado o problema.

Em um vídeo postado pela vereadora eleita em 2024, Advogada Simone Leal, o prefeito e secretários aparecem defendendo o projeto, afirmando que era "audacioso" e que incluía mais de 3 km de rede pluvial. Eles asseguraram à população que "a obra mudou a realidade local" e que "não haveria mais enchentes". Contudo, os eventos recentes contradizem essas promessas, evidenciando que os alagamentos ainda são frequentes.

A revolta da comunidade cresce a cada nova chuva, independentemente da intensidade. "Estamos cansados de promessas. É uma vergonha ver que, com tão pouca chuva, a gente já tem que lidar com esse problema de novo", desabafou um morador, ressaltando o impacto constante das enchentes em suas vidas. As águas invadem residências e comércios, dificultando a mobilidade no bairro, conforme imagem feita pelo morador. Veja o vídeo:

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A qualidade da execução das obras e a eficácia do sistema de drenagem são questionadas pela população, que também aponta a falta de fiscalização rigorosa como um dos fatores que contribuem para o problema. Moradores afirmam que, apesar dos investimentos milionários, as melhorias prometidas parecem cada vez mais distantes da realidade.

As autoridades fizeram um belo palanque sobre a “obra do século". Lá estavam eles, sorrindo, com discursos eloquentes, prometendo o fim dos alagamentos após mais de 30 anos de espera. Falaram de milhões investidos e quilômetros de redes subterrâneas, como se a água fosse respeitar solenidades e promessas.

Mas bastou uma chuva tímida, dessas de 3 mm, para o espetáculo desabar. O que se viu foi o de sempre: ruas alagadas, moradores desesperados, promessas dissolvidas na enxurrada. E o palanque? Sumiu. Os sorrisos? Desapareceram. Nenhuma autoridade veio a público, nenhum pedido de desculpas, nada. Só o silêncio, tão profundo quanto as poças nas ruas.

Fico pensando... o que leva a esse descaso? Talvez seja o conforto de quem não precisa enfrentar a enxurrada entrando pelas portas de suas casas e comércios ou talvez seja a certeza de que, para alguns, as palavras bastam. Enquanto isso, o silêncio das autoridades ecoa mais alto que a própria tempestade. E a população espera, mais uma vez, agora não pela obra, mas por uma resposta que talvez nunca venha.

O Jornal Sentinela Carmelitano tentou contato com a Secretaria de Obras do município para obter explicações sobre possíveis falhas no projeto e medidas corretivas. Contudo, até o fechamento desta matéria, nenhum representante da secretaria retornou as ligações. O Jornal Sentinela Carmelitano permanece aberto para manifestações da Prefeitura de Monte Carmelo e de seus representantes. A equipe de reportagem está à disposição para ouvir esclarecimentos sobre as possíveis falhas nas obras de drenagem pluvial no Bairro Lagoinha, assim como sobre as medidas planejadas para corrigir os problemas enfrentados pela população. O espaço está sempre disponível para que as autoridades possam oferecer respostas e soluções para a comunidade.

Fonte: Cooxupé de Monte Carmelo - MG / Chuva com intensidade de 3 mm